Quatro (bons) Shmups do Nintendinho, baseados em helicópteros!

    Shmup: Assim chamamos, abreviada e carinhosamente, os Shoot 'em Ups, ou, em bom português: os jogos de navinha. Navinha, vá lá, é modo de dizer: temos shmups de avião, dirigível, barco, submarino, abelha, golfinho, mecha... e, claro, helicópteros!

    

    Trazemos hoje, sempre daquela forma bem-humorada a que você já deve estar acostumado, uma olhadela em quatro bons shmups do Nintendinho, todos eles baseados em helicópteros. Bora?


Tiger Heli



TIGER HELI, Toaplan/Micronics/Pony, 1986.


    O nintendinho apresenta alguns bons games baseados em helicópteros. Se você não está “on air”, prepare-se para se surpreender.


    Mas não há como falar no gênero, dentro do universo do console, sem começar por Tiger Heli. O clássico dos arcades portado para o NES foi muito popular no Brasil, e pode ter sido o primeiro shmup de muita gente. Afinal, ele chegou a vir como cartucho incluso na compra do Turbo Game da CCE. E foi também o primeiro shmup (arcade) de uma desenvolvedora que acabou meio que se especializando no gênero, a Toaplan.


    O game dos arcades nem tem história: é entrar na cabine e lanhar chumbo quente nos traíras. Mas na versão do NES norte-americana, há um rascunho: Seu helicóptero é fruto de um avançado e bilionário projeto de defesa e utiliza metais raros (falando nisso, procure sobre o bilionário - e cancelado - projeto do helicóptero furtivo de ataque Comanche. Dá um Google, vai, você vai gostar). Sua missão é detonar os terroristas que tomaram de assalto um país tropical chamado Cantum. Mas, como no arcade, o game não possui final: As fases se repetem, em dificuldade crescente.


    À primeira vista, o jogo engana: sim, ele é algo lento, mas isso não o facilita. Pelo contrário, a velocidade e a constância dos tiros de seus adversários tornam o desafio considerável. O jogo só possui um tiro invariável, mas é possível pegar pequenos orbs na forma de mini-helicópteros, que disparam para os lados (os vermelhos) ou para a frente (azuis), e ajudam no desafio. Mas que morrem na primeira chumbada que levam... O game possui também bombas, que são disparadas automaticamente - como um flare, que são aqueles xxx que aviões e helicópteros lançam para iludir mísseis -, quando você está na iminência de tomar um balaço na fuselagem, ou podem ser acionadas manualmente. O legal das bombas é que, quando você as tem, elas são visíveis na fuselagem. No mais, sinta-se sempre honrado, cadete: este é o clássico dos clássicos em termos de shmup de helicóptero.


Twin Eagle



TWIN EAGLE, Taito/Romstar, 1989.


    Embora tenha entrado em uso no Exército americano em meados dos anos 80, o helicóptero de combate Apache, hoje queridinho do cinema e das Forças Armadas dos EUA, àquela época ainda não havia "engrenado". Assim, quem mandava no pedaço - principalmente no imaginário popular - era o, e me perdoe a expressão fofônica, mas não tenho outra, LINDÍSSIMO Cobra e suas evoluções, como o Super Cobra. Um deles, de brinquedo, era um de meus objetos de máximo desejo, como fã ardoroso do desenho animado Comandos em Ação/G.I. Joe.


    E por falar em imaginário popular, ainda nos anos oitenta, no Brasil dispúnhamos de nada menos que duas séries na TV que tinham um helicóptero como "personagem" central: Trovão Azul e Águia de Fogo. Só de lembrar daquelas tardes, ah!


    Tudo bem, essa aulinha confessional toda nem seria necessária para falar deste game. Twin Eagle é um interessante shmup que ganhou os ares em 1989, port da Romstar a partir de um original de arcade da Seta/Taito, este de 1988. Você pilota ele, um Super Cobra e sua missão aqui, além de derrotar os inimigos da pátria, possui um toque pessoal: Seu irmão, também piloto, foi morto pelos inimigos numa missão anterior.


    O jogo permite dois jogadores simultâneos, para alegria da guilda. Além das bombas salvadoras e acumuláveis, você conta com quatro opções de tiro, que apanha em powerups na tela - cada disparo num powerup o muda para um tiro diferente, ou velocidade. Há fases com chefão, mas a maioria delas não possui um cabeça: É traçar os miúdos e seguir sua corrida contra o tempo em direção ao coração das forças adversárias. Nas passagens de fase, podemos acompanhar um belo mapa e uma detalhada listagem de inimigos abatidos e itens - até reféns - coletados.


    Aqui o chumbo canta e você nem pousa, amiguinho: Sua "nave" é abastecida em pleno ar, ao final das fases. Helicópteros, tanques, baterias anti-aéreas, caças e até franco-atiradores-verdes-cabeçudos tentarão lhe impedir de defenestrar a fortaleza inimiga e salvar a despombalecida pátria. Mas Deus é mais na sua vida, e você a salvará!


Twin Cobra




TWIN COBRA, Micronics/CBS Sony/American Sammy, 1989.


    Filho do papai/vovô Tiger Heli, Twin Cobra é um movimentado shmup de rolagem vertical, inicialmente desenvolvido pela Toaplan para arcades, e posteriormente vertido por diferentes empresas para os consoles.


    Através de powerups liberados a todo instante por helicópteros Chinook ou grandes aviões que você abate, é possível optar por quatro tiros, a depender da cor do powerup, que fica mudando entre uma e outra. Os mesmos adversários também liberam powerups de bomba (acumulável) e velocidade, o tradicional "S". As passagens de fase contam com chefões, e ao fim de cada estágio sua belonave retorna ao descanso dos guerreiros no porta-aviões. Aliás, porta-helicópteros, pois eles existem. Inimigos de solo liberam powerups de "P", que aumentam a potência de seu tiro e somam pontos ao final da fase, e há ainda um "P" numa estrela branca, que lhe confere intangibilidade provisória. A pontuação vai lhe conferindo vidas - mas não conte muito com isso. E nunca pare de atirar: Há vidas escondidas em pontos aleatórios do cenário.


    Os efeitos sonoros são divertidos, o que aumenta o prazer da jogatina.


    A real? Esse é um shmup que eu gostaria de ter possuído quando tinha meu Phantom System - e 12 anos de idade. O clone perfeito, a idade perfeita... e, descontados alguns poréns, o shmup perfeito.



Silk Worm




SILK WORM, Taito / American Sammy, 1990


    Silk Worm (Bicho-da-Seda) é um shmup de rolagem horizontal, num estilo que eu chamaria de "dual": Nele você pode jogar por ar (num helicóptero) ou por terra (a bordo de um jipe). Não estranhe, na época haviam alguns bons shmups neste estilo. No caso de Silk, a possibilidade de dois jogadores simultâneos na tela (não tão comum no universo shmupiano) garante uma diversão firme com seus amigos - o jogo foi meio que pensado mesmo para isso. Até porque jogar sozinho com o jipe é pedir pra passar perrengue - opa, soldado, perdão pelo spoiler.


    Sua missão aqui é combater uma IA. Isso aí, um grande computador ameaça a humanidade e a tarefa de Robert e Stacey, membros da força de elite Silkworm, é destruir o bichano.


    Um ponto fraco do game é que os chefões do jogo se repetem algumas vezes - algo infelizmente comum nos shmups antigos. Mas os powerups são liberados por um interessante inimigo de tela: Um dragão transformer, que é formado pela fusão de quatro diferentes helicópteros!


    O game surgiu primeiro (1988) nos arcades, e logo ganhou versões para consoles da época, como o NES (1990).


    Só um papo, amiguinho: Na última fase TUDO muda e o caldo engrossa! E tem final, tem final para além do final...


* * *


    No quesito game de helicóptero no Nintendinho, veja (e jogue) também: Mission Cobra (Sidewinder); Raid On Bungeling Bay; Gyrodine.


Comentários (2)

Marcus Amorim

08 Março, 2024
Esqueceu do classico choplifter, lançado para famicom, apesar da versão inferior ao do master system na época, vale jogar.

Luiz Miguel Gianeli

08 Março, 2024
Verdade meu amigo, outro clássico inesquecível. Joguei bastante em meu Turbo Game.

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